A HERESIA SOBRE O ESPÍRITO SANTO E A PALAVRA DE DEUS
"O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso
se tornará a fazer; de modo que nada há de novo debaixo do sol."
Eclesiastes 1:9
Como tudo
começou...
A heresia pregada pelos adeptos da Congregação Cristã no
Brasil(C.C.B.) de que o estudo da Bíblia é contrário ao
Espírito Santo, não é novidade. Outras seitas e movimentos
hereges do passado proclamaram a mesma mentira. Ainda no primeiro século
da era cristã os apóstolos enfrentaram as heresias dos chamados
"gnósticos", estes afirmavam que possuíam um conhecimento
místico e não racional, ou seja, que não fora adquirido
por meio de estudo ou investigação, que os tornara superior aos
cristãos.Essa heresia estava danificando de tal forma a vida da Igreja
que o apóstolo João chegou a declarar enfaticamente na sua primeira
carta: "Amados não creiais a todo o espírito, mas provai
se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas
se têm levantado no mundo" (I João 4:1). Na Frigia em 155
d.C. surgiu um movimento criado por um homem chamado Montano, cujo objetivo
era acabar com o formalismo na Igreja e fazer com que ela não fosse dirigida
pela "liderança humana", mas pelo Espírito Santo.Esta
tentativa de combater o formalismo e a organização humana levou-o
a distorcer a doutrina do Espírito Santo. Montano afirmava que o Espírito
Santo falava através dele à Igreja, do mesmo modo que falara através
de Paulo e os demais apóstolos. Dessa forma os seus seguidores não
precisavam pesquisar as Escrituras, mas apenas ouvir o que ele tinha a falar
pelo "Espírito". O Concílio Cristão de Constantinopla
em 381d.C., declarou que os montanistas deviam ser olhados como pagãos.
Infelizmente, movimentos como o montanista e similares se afastavam da Bíblia,
enquanto que sinceramente acreditavam estarem sendo guiados pelo Espírito.
O Catolicismo Romano e o ataque ao estudo bíblico
No período denominado na história da Igreja como Idade Média(590-1517d.C.),
principalmente com a supremacia do papado (1054-1305 d.C.) o estudo da Bíblia
foi desprezado, desaconselhado e até mesmo proibido, enquanto que os
papas foram colocados como porta-vozes do Espírito. O anafalbetismo se
alastrou, o que é uma das razões por que a Idade Média
foi chamada também de "Idade das Trevas". Esse anafalbetismo
era adequado para o Catolicismo visto que as determinações e ensinos
papistas eram aceitos com mais facilidade. As heresias católicas eram
aceitas como determinações divinas, muitos erros eram acolhidos,
entre esses estava a substituição da salvação pela
fé, sendo posta em seu lugar a idéia pagã da salvação
pelas obras. A leitura e estudo do verso 17 do capítulo 1 de Romanos
convenceu Martinho Lutero de que a fé em Cristo era o único meio
para alguém tornar-se justo diante de Deus. A medida que ia se dedicando
ao estudo das Escrituras, Lutero fora descobrindo verdades negligenciadas e
deturpadas pelo Catolicismo. Foi através do estudo da Bíblia que
ele passou a crer somente em Cristo para sua salvação.
Os reformadores e a defesa do estudo da Bíblia
Todos os reformadores tinham como um de seus lemas "Sola Scriptura"
(Somente as Escrituras) o que dava o devido lugar a Palavra de Deus na vida
cristã. No entanto na euforia da reforma havia aqueles que ao invés
de proclamar as verdades bíblicas, advogavam em nome de uma suposta "reforma",
heresias que solapavam os alicerces da mesma. Este foi o caso de João
de Valdez e de Tomás Muntzer, que não foram considerados pelos
demais reformadores como protestantes. A ênfase de Valdez era a "vida
no Espírito" enquanto que fazia oposição aos ritos
externos e ao estudo da Bíblia. Muntzer dizia que o que importava não
era o texto das Escrituras, mas sim a revelação presente do Espírito
Santo. Até mesmo admitia que ele e seu grupo era a verdadeira igreja,
inspirados por Deus, e todos quantos se lhe opusessem, opunham-se a Deus, e
deviam ser exterminados. Satanás procurava semear suas mentiras enquanto
Deus abençoava a causa da verdadeira reforma. Os genuínos reformadores
não demoraram a responder essas heresias.Colocamos em seguida para consulta
do leitor, a exposição de João Calvino frente as mesmas.
Novas Revelações do Espírito
Autor: João Calvino
As Institutas da Religião Cristã - Livro I, Capítulo 9
* * *
Os fanáticos, pondo de lado a Santa Escritura, passam por cima da
revelação e subvertem todos os princípios da piedade.
APELO DOS FANÁTICOS AO ESPÍRITO EM PREJUÍZO DA ESCRITURA
Além disso aqueles que repudiam as Escrituras, imaginando que podem ter
outro caminho que o leve a Deus, devem ser considerado não tanto como
dominados pelo erro, mas como tomados por violenta forma de loucura. Recentemente,
apareceram certos tipos de mau caráter que atribuindo a si mesmos, com
grande presunção, o magistério do Espírito, faziam
pouco caso de toda leitura da Bíblia, e riam-se da simplicidade dos que
ainda seguem o que esses, de mau caráter, chamam de letra morta e que
mata.
Eu gostaria de saber deles, porém, que Espírito é esse
por cuja inspiração eles são levados a alturas sublimadas,
a ponto de terem a ousadia de desprezar, como infantil e rasteiro, o ensino
da Escritura. Se eles responderem que é o Espírito de Cristo quem
os inspira, consideramos absurdamente ridículo esse tipo de certeza uma
vez que eles, se concordam, como penso que o fazem, que os Apóstolos
de Cristo e todos os fiéis, na Igreja Primitiva, foram iluminados por
esse mesmo Espírito. O fato é que nenhum dos Apóstolos
ou fiéis aprenderam desse Espírito a desprezar a Palavra de Deus.
Ao contrário, cada um deles foi antes tomado de profunda reverência
(para com a Escritura), como seus escritos o comprovam muito luminosamente.
Na verdade, assim foi predito pela boca do Isaías, pois o Profeta não
cerca o povo antigo com um ensino meramente externo, como se fosse para o povo
como as primeiras letras, mas diz: "O meu Espírito que está
sobre ti, e as minhas palavras que pus na tua boca, não se desviarão
da tua boca nem da boca tua descendência..." (Is 59.21), considerando
antes que a nova Igreja terá, sob o reino de Cristo, a verdadeira e plena
felicidade, que consiste em ser regida pela voz de Deus, não menos que
pelo seu Espírito. Concluímos daqui que esses fanáticos
cometem abominável sacrilégio quando separam estes dois elementos
que o Profeta uniu por meio de um vínculo inviolável.
A isto, acrescente-se que Paulo, não obstante ter sido arrebatado até
o terceiro céu (II Co 12.2) - não deixou, entretanto, de aproveitar
o ensino da Lei e dos Profetas, exortando também a Timóteo - mestre
de projeção singular - a que se dedicasse à sua leitura
(1 Tm 4.13). É também digno de ser lembrado aqui o que Paulo diz
da Escritura: "Que ela é útil para ensinar, admoestar, redargüir,
para que os servos de Deus se tornem perfeitos" (II Tm 3.16). Não
será, portanto, diabólica loucura imaginar como transitório
ou temporário o valor da Escritura, destinada a conduzir os filhos de
Deus até a perfeição final?
Quero que esses fanáticos me respondam também o seguinte: Terão
eles bebido de outro Espírito e não daquele que o Senhor prometeu
aos seus discípulos? Ainda que estejam possuídos de loucura tão
extrema, não os considero contudo, arrebatados de tão furiosa
demência a ponto de terem a ousadia de gabar-se disso. Mas, ao prometer
o Espírito, de que natureza declarou ele haver de ser esse Espírito?
Na verdade, era um Espírito que não falaria por si mesmo, mas,
ao contrario, sugeriria a mente deles e nela instilaria aquilo que ele mesmo,
Jesus, havia transmitido por meio da Palavra (Jo 16.13).
Portanto, não é função do Espírito que Cristo
nos prometeu desvendar novas e indizíveis revelações, ou
forjar novos tipos de doutrina, pelos quais sejamos desviados do ensino do Evangelho
já recebido. Ao contrario, a função do Espírito
é a de selar, na nossa mente, a mesma doutrina que o Evangelho nos recomenda.
A BÍBLIA É O ÁRBITRO DO ESPÍRITO
Se ansiamos obter algum uso e fruto da parte do Espírito de Deus, podemos
entender facilmente como é imperioso para nós aplicar-nos, com
grande diligência, tanto a ler quanto a ouvir a Escritura. É por
isso que Pedro até louva (II Pe I.19) o zelo dos que estão atentos
ao ensino profético, ensino que, todavia, depois de começar a
brilhar a luz do Evangelho poderia parecer ter perdido a validade. Muito ao
contrário, se algum espírito, desprezando a sabedoria da Palavra
de Deus, nos impõe outra doutrina, devemos suspeitar com justa razão,
de que seu ensino é vaidade e mentira (Gl. 1:6-9).
Sim, porque se Satanás se transforma em anjo de luz (II Co 11.14), que
autoridade poderá ter o Espírito entre nós, se não
soubermos discerni-lo por meio de sinal de absoluta certeza? E muito claramente
a voz do Senhor no-lo tem apontado, mas esses infelizes (embusteiros) tudo fazem
por extraviar-se, buscando a própria ruína, quando buscam o Espírito
por si mesmos, ao invés de busca-lo por ele próprio.
Alegam eles que é ofensivo ao Espírito de Deus - a quem tudo deve
estar sujeito -, ficar subordinado a Escritura. Como se fosse, na verdade, repulsivo
ao Espírito Santo ser igual a si mesmo, por toda parte, ou permanecer
de acordo consigo mesmo em todas as coisas, e em não variar em coisa
alguma! De fato, se fôssemos obrigados a julgar de acordo com a norma
humana, angélica ou estranha, então poder-se-ia considerar o Espírito
como reduzido à subordinação, e até a servidão,
se se preferir. Quando, porém comparamos o Espírito consigo mesmo,
e em si mesmo o consideramos, quem poderá dizer que, com isso, o estejamos
ofendendo?
Confesso que o Espírito, desse modo, é submetido a um exame através
do qual Ele quis fosse estabelecida a sua majestade entre nós. Ele deve
ficar plenamente manifestado a nós tão logo entre no nosso coração.
No entanto, para que o Espírito de Satanás não nos persuada
em nome do Espírito Santo, este quer ser reconhecido por nós na
imagem que imprimiu de si mesmo nas Escrituras, pois sendo ele mesmo o autor
da Escritura, não pode variar nem ser inconstante consigo mesmo. Portanto,
do modo como nelas se manifestou, tem de permanecer para sempre. Isto não
pode ser modificado, a menos que julguemos - como dignificante -, o Espírito
abdicar e degenerar de si mesmo!
A BÍBLIA E O ESPÍRITO SANTO NÃO SE SEPARAM
Quando a acusação que fazem contra nós, de que nos apegamos
demasiadamente à letra que mata, acabam eles incorrendo na pena de desprezarem
a Escritura. Ora, salta aos olhos o fato de Paulo (II Co 3.6), estar contendendo
com os falsos apóstolos os quais, insistindo na Lei separada de Cristo,
estavam, na realidade, alienando o povo da Nova Aliança, na qual o Senhor
prometeu que haveria de gravar a sua Lei nas entranhas dos fiéis, e imprimi-la
no coração deles (Jr. 31:33), Portanto, a letra está morta
e a Lei do Senhor mata a seus leitores, quando não apenas se divorcia
da graça de Cristo, mas, também, não tocando o coração,
atinge só os ouvidos. Se ela, porém, por meio do Espírito,
se imprime de modo eficaz nos corações e manifesta a Cristo, ela
é a Palavra da vida (Fl. 2:16), que converte as almas e da sabedoria
aos símplices (Sl. 19:7).
Além disso, nessa mesma passagem (II Co 3.8), Paulo chama a sua pregação
de ministério do Espírito, querendo dizer com isso, sem dúvida,
que o Espírito Santo de tal modo se prende à sua verdade expressa
na Escritura, nela manifestando e patenteando o seu poder, que nos leva a reconhecer
na Palavra a devida reverência e dignidade. E isto não contradiz
o que foi dito pouco atrás quando afirmamos que a Palavra não
é absolutamente certa para nós, se não for confirmada pelo
testemunho do Espírito, visto que o Senhor uniu entre si - como se fosse
por mútua ligação -, a certeza de sua Palavra e a certeza
do seu Espírito, de maneira que a firme religião da Palavra seja
implantada em nossa alma, quando brilha o Espírito, fazendo-nos contemplar
a face de Deus. Do mesmo modo, reciprocamente, abraçamos ao Espírito
sem nenhum temor ou engano, quando o reconhecemos na sua imagem ou, seja, na
Palavra!
E, de fato, é assim!
Deus não deu a Palavra aos homens tendo em vista uma apresentação
passageira, que fosse abolida assim que viesse o seu Espírito. Ao contrário
enviou-nos o mesmo Espírito por meio de cujo poder nos deu a Palavra,
com o fim de realizar a sua obra, confirmando eficazmente a mesma Palavra. Por
isso, Cristo abriu o entendimento dos dois discípulos de Emaús
(Lc 24.27, 45), não para que, pondo de lado as Escrituras, esses discípulos
se fizessem sábios a si mesmos, mas para que fossem capazes de entender
essas Escrituras. Igualmente Paulo, quando exorta os cristãos de Tessalônica
(I Ts 5.19-20) a não extinguirem o Espírito, não os eleva
as altura com vãs especulações fora da Palavra, mas acrescenta
imediatamente que não se deveriam desprezar a profecias. Com isso, o
Apóstolo diz, de maneira não duvidosa, que quando se desprezam
as profecias, a luz do Espírito fica obscurecida.
Que dirão a respeito destas coisas esses fanáticos que consideram
com validas apenas esta iluminação, desprezando e dizendo adeus
a Divina Palavra, sem qualquer preocupação? Não menos confiantes
e temerários são eles quando se agarram ambiciosamente a qualquer
coisa que conceberam enquanto dormiam! Aos filhos de Deus, certamente, convém
sobriedade bem diferente, pois eles, ao mesmo tempo que, sem o Espírito,
se sentem privados de toda verdadeira luz, não ignoram, todavia, que
a Palavra é o instrumento pelo qual o Senhor concede aos fiéis
a iluminação do seu Espírito. Os fiéis não
conhecem outro Espírito senão aquele mesmo Espírito que
habitou nos Apóstolos e falou através deles, e desses oráculos
os fiéis são continuamente convocados a ouvir a Palavra.
Satanás e a oposição ao estudo da Bíblia
Aqueles que negligenciam o estudo e a observação cuidadosa das
Escrituras que Deus proveu e preservou através dos séculos, não
precisam esperar alguma palavra nova de profecia ou algum sinal miraculoso.
Os que fazem tais exigências caem nas mãos de Satanás, que
está muito contente em providenciar os "sinais e prodígios"
que eles procuram, e assim são desviados. No século XIX e início
do XX onde os períodos de avivamento e inicio do pentecostalismo se deram,
a Bíblia continuou a ser considerada de maneira adequada. Mesmo o movimento
pentecostal começou graças ao mover de Deus por meio do estudo
da Bíblia.
Charles Parham
O precursor do pentecostalismo,Charles Parham, era um jovem ministro metodista
que buscava uma nova experiência com Deus. Tinha o hábito saudável
de comparar o que dizia a Bíblia com a sua experiência diária.
Por estar descontente com usa situação espiritual e de seu ministério
começou a fazer um estudo acentuado no livro de Atos, viu que lhe faltava
o poder lá descrito, poder esse que nem ele e muito menos sua igreja
experimentavam. Era necessário então descobrir o segredo que os
cristãos do primeiro século possuíam.Para tão importante
missão viu que era necessário reunir um grupo de pessoas com o
mesmo objetivo, e que estivessem dispostas a se dedicarem com afinco e perseverança
ao estudo sistemático da Bíblia, até acharem uma resposta.
Então após alugarem uma mansão, em Topeka, Kansas(E.U.A),
a um preço baixo, que fora resposta de suas orações, fundaram
a chamada "Escola Bíblica Betel". Neste seminário eles
utilizavam um método de estudo que consistia em escolher um assunto,
pesquisar e estudar todas as citações bíblicas sobre ele
e apresentá-lo para a classe em forma de sabatina oral, isso regado a
muita oração. Parham também ensinava através de
palestras. Até dezembro de 1.900 eles já tinham estudado sobre
arrependimento, conversão, santificação, cura e a iminente
vinda do Senhor. No dia 25 de dezembro, Parham precisou ausentar-se da escola
para fazer uma viagem de três dias, e deixou como tarefa para os estudantes,
que descobrissem nos relatos de Atos sobre o batismo com Espírito Santo,
os sinais ou o sinal que evidenciasse tal experiência. Dali em diante,
Deus os agraciou tremendamente com um mover do Espírito Santo, e novas
unidades da "Escola Bíblica Betel" foram abertas, em uma delas,
em Houston no estado do Texas, um dos estudantes era William J.Seymour,que é
considerado uma figura chave na história do movimento pentecostal mundial.
Pentecostais e estudo da Bíblia
Os verdadeiros pentecostais apreciam o estudo e mensagem da Bíblia, e
acreditam que a medida que a estudamos,o Espírito Santo vai nos outorgando
entendimento espiritual, que inclui tanto a crença como a persuasão.
É no coração do próprio interprete que o Espírito
Santo opera criando aquela receptividade interior pela qual a Palavra de Deus
é realmente "ouvida". O Espírito, fazendo como que a
Palavra seja ouvida pelo coração, e não apenas pela cabeça,
produz uma convicção e respeito da verdade que resulta numa apropriação
zelosa desta mesma Palavra. (Romanos 10:17; Efésios 3:4,19, 6:17; I Tessalonicenses
1:5, 2:13; I Timóteo 4:13-15) Movimentos que se diziam pentecostais,
mas atacavam a meditação ou estudo da Bíblia foram considerados
hereges e anticristãos pelos genuínos avivalistas e pentecostais.
Watchman Nee
Watchman Nee, um dos instrumentos usados por Deus para o avivamento do cristianismo
na China, que ministrava muito estudos sobre a vida dirigida pelo Espírito,
em um de seus livros, "O Homem Espiritual" escreve:
"Se o homem não utiliza a inteligência, Deus também
não a usa, pois isso seria contrário a maneira como o Senhor opera.
Os espíritos malignos entretanto, o fazem. Eles nunca exitam em aproveitar
uma oportunidade para usar a mente do homem. POrtanto é insensatez deixarmos
nossa mente afundar num estado de passividade, pois os espíritos inimigos
estão a espreita, buscando a quem possam devorar.Avancemos mais um passo
nesse assunto da passividade como base para a atuação dos espíritos
malignos. Estamos cientes de uma classe de indivíduos que gosta de se
comunicarem com os espíritos. As pessoas, em geral, não desejam
se possuídas por demônios, mas essa classe especial anseia por
isso. São os advinhos, os agoureiros, os médiuns, os necromantes.
Observando atentamente a forma como eles ficam possessos, podemos compreender
o princípio da possessão demoníaca. Essas pessoas dizem
que, a fim de ficarem possessas por aquilo que elas chamam de "deuses"(que
na realidade são demônios), não podem lhe oferecer nenhuma
resistência. Têm de estar dispostos a aceitar aquilo que vier sobre
o seu corpo, seja o que for. Para tornarem sua vontade totalmente passiva, primeiro,
têm de reduzir a mente a um branco total. O cérebro vazio produz
uma vontade passiva.Esses dois elementos são os requisitos básicos
para a possessão demoníaca. Por isso, um necromante que está
esperando que seu "deus" venha sobre ele, põe-se a abanar a
cabeça por algum tempo, até ficar tonto. Assim sua mente fica
completamente desligada. Como a mente está vazia, sua vontade naturalmente
se torna imóvel. Nesse ponto, sua boca começa a se mover de forma
involuntária, o corpo treme gradativamente e, daí a pouco, seu
"deus" desce sobre ele. Essa é uma maneira de ficar possesso.
Embora haja outras, o princípio para todo o espírita é
o mesmo: buscar a passividade da vontade esvaziando totalmente a mente. Todos
os espíritas concordam que,quando os espíritos ou demônios
descem sobre eles, sua cabeça não pode mais pensar e sua vontade
não mais atua." (páginas 30-31)
Quando distingue as operações do Espírito Santo e dos espíritos
malignos, ele declara nas páginas 32-33:
"1.Todas as revelações e visões sobrenaturais ou outras
ocorrências estranhas que exigem a suspensão total da função
da mente, ou que só obtemos quando ela pára de funcionar, não
provem de Deus. 2. Todas as visões que têm sua origem no Espírito
Santo são aquelas que o crente recebe quando sua mente está plenamente
ativa. Para se receber essas visões,é necessário um envolvimento
ativo das várias funções da mente. O empenho dos espíritos
malignos segue exatamente o caminho oposto.3. Tudo o que flui de Deus se harmoniza
com a natureza divina e a Bíblia."
A ênfase nas Escrituras era muito importante para aquele que queria ser
guiado pelo Espírito, de acordo com a mensagem de Nee:
"Por isso o ensino das Santas Escrituras é totalmente essencial.Para
confirmar se somos ou não movidos pelo Espírito e se andamos nEle,
precisamos ver se alguma coisa dada harmoniza com o ensino da Bíblia.
O Espírito Santo nunca moveu os profetas do passado para escreverem de
um modo e a nós de outro. É categoricamente impossível
que o Espírito Santo tenha instruído pessoas de ontem sobre o
que não deveriam fazer e hoje Ele mesmo nos dizer que devemos fazê-las."
(Página 140)
Ressurge a antiga heresia!
Vemos em todos os exemplos citados acima, que a prática de desestimular
o estudo da Bíblia, não é uma prática cristã,
mas pagã. Não é do desconhecimento de ninguém a
posição tomada pela Congregação Cristã no
Brasil com relação ao estudo da Bíblia. Os próprios
adeptos e líderes dessa seita fazem questão de afirmar com orgulho
de que não precisam ficar estudando a Bíblia, já que possuem
o "Espírito Santo". Jesus, os apóstolos, os reformadores,
os avivalistas e os pentecostais tinham em grande estima a Palavra de Deus e
a honravam com seu estudo. Os cristãos da atualidade continuam com o
mesmo princípio e prática. No entanto essa organização
religiosa, que soberbamente se considera "a obra de Deus" tem contribuído
para espalhar o engano combatido pelos verdadeiros servos de Deus.
Heresia perigosa ou apenas um erro secundário?
Rejeitar o estudo da Bíblia não é um erro de proporções
secundárias, mas uma heresia muito séria e perigosa. Se a Bíblia
não é para ser estudada, examinada ou para nela meditarmos, então
qual é sua finalidade?Sutil e diabolicamente então o seu valor
é anulado e destruído. Enquanto na Idade Média a estratégia
de Satanás era que exemplares da Bíblia fossem queimados
para que seu estudo não fosse efetuado e o conhecimento santo adquirido,
na era moderna através de várias seitas a Bíblia pode até
ser adquirida mas o estudo não pode ser efetuado!
Conclusão
Enquanto os adeptos da CCB por um lado proclamam que toda a verdade se encontra
apenas em sua organização religiosa, por outro fecham o acesso
a essa mesma verdade(rejeição do estudo da Bíblia), e assim
abrem a porta para o espírito do engano enquanto confiam cegamente em
"novas revelações", "orientações
e testemunho de seu fundador" e "direções divinas"
em seus cultos. À margem de uma atitude adequada para com a Palavra de
Deus só resta os grandes precipícios das heresias. Como bem declarou
o perito em seitas Walter Martin no seu livro "O Império das Seitas"
- "nos posicionamos como servos de Deus dentro das fronteiras do cristianismo
bíblico, ensinado pelos apóstolos, defendidos pelos pais da igreja,
redescoberto pelos reformadores, e chamados por alguns de 'doutrina dos reformadores'."